terça-feira, 17 de julho de 2012

PLANO SÓCIO FUTEBOL - parte 1

Há algumas semanas, foi anunciado pela grande imprensa que o Fluminense está preparando uma proposta de novo plano de associação, na modalidade SÓCIO FUTEBOL, que necessitará de mudança no seu Estatuto para permitir a implantação de todos os pontos que estão previstos, principalmente no que diz respeito ao direito de voto desta nova categoria.
No intuito de amadurecer o conhecimento e o consequente posicionamento sobre o que esperar de um programa de sócio torcedor, fizemos um levantamento entre alguns dos grandes clubes do Brasil. Considerando que trata-se de matéria complexa, com vários pontos singulares e importantes, apresentamos, a partir de agora, uma série de posts sobre o tema.
Foram levantados os programas de:
Atlético MG, Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Corinthians Coritiba, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco, muitos possuem mais de uma modalidade no plano de associação, totalizando 40 planos diferentes.

apresentamos, abaixo, uma tabela com os dados coletados:


Seguem algumas observações, a partir de nosso levantamento:
- 20 planos incluem os ingressos (Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos e São Paulo). Alguns destes clubes têm outros planos, mais simples que garantem apenas a preferência na compra.
- 19 planos garantem preferência na compra, variando o valor do desconto. Há um plano do Bahia que NÃO dá desconto, apenas garante a preferência.
- O plano mais barato é um dos planos do Coritiba, que custa R$9,90/ mês
- Os valores para planos com preferência de compra variam entre R$9,90 e R$100,00 (um dos planos do Corinthians, anual, dividido em 4x).
- Entre os planos com direito a ingresso, o mais barato é do Botafogo, que custa R$50,00 /mês e o mais caro é do São Paulo, que custa R$500,00 /mês.
- Entre os 13 clubes pesquisados, apenas 3 não têm seu próprio estádio: Atlético MG, Corinthians e Cruzeiro.
- Corinthians, Internacional, Santos, Grêmio e Coritiba – já possuem mais sócios do que assentos em seus estádios.
- Inter: Os 106 mil associados do Inter geram uma receita na casa dos R$ 40 milhões anuais. O número de associados fez com que a diretoria extinguisse a modalidade antiga, que dava livre acesso às dependências do Beira-Rio, pois o número de sócios já superava o de lugares disponíveis. O plano antigo possui 28 mil sócios pagando R$55,00, com direito a entrada. Para quem entrou após 2007 o plano custa R$28,00 e dá prioridade na compra com desconto. Para evitar lugares ociosos premiam aqueles que avisam o não-comparecimento com antecedência. Na final da Copa Sulamericana de 2008, e em outras quatro oportunidades, todos os ingressos foram comprados pelos associados.
- Grêmio: Exército Gremista (2009), possui quase 320 mil associados pagando 5 reais por um cartão que acumula pontos na compra de produtos. Permite mapear e conhecer a distribuição dos torcedores e identificar oportunidades.
- Coritiba: Sócios caíram de 12 mil para 2 mil após o rebaixamento de 2009, mas já chegaram a 30 mil após a reestruturação do futebol do clube, mostrando que a performance do time reflete diretamente no programa de associação. O Coritiba suspendeu novas associações assim que atingiram o limite do Couto Pereira.
- Atl-PR: Programa de sócio torcedor que inclui ingresso prejudica a receita de bilheteria, tanto que terminou em último lugar na arrecadação com ingressos em 2011, já que possui mais de 19 mil sócios ativos e o estádio tem pouco mais de 20 mil lugares.
- Corinthians: possui um sistema em que cada vez que você compra um ingresso, acumula na marcação de pontuação. Na ordem de prioridade, quem já tem mais de 40 jogos comprados tem preferência a quem tem, digamos, 10 jogos. Isto é fundamental quando um clube chega na situação em que há mais associados que lugares no estádio.
- Duas informações interessantes que devem ser analisadas são: a arrecadação e o faturamento das vendas de ingressos por cada programa mas, em geral, este tipo de informação não é divulgada por parte dos clubes. O torcedor que quer aderir a um programa de sócio-torcedor, precisa conhecer a prestação de contas do referido programa. A falta de publicidade dos ganhos e da destinação do dinheiro, dificulta a chegada de mais torcedores.
- A maioria dos planos de Sócios Torcedores visam apenas aqueles que possuem condições de frequentar o estádio, que é o principal atrativo desses programas. Muitos torcedores que moram longe gostariam de contribuir com seu time do coração, mas não vêem qualquer benefício em se associarem. É necessário que sejam criadas promoções, sorteios e caravanas que tragam benefícios a torcedores que vivem longe da sede do clube.
- Os clubes devem perseguir uma meta de ao menos 1% de seus torcedores como contribuintes ou consumidores assíduos. Como pode um clube ter 30 milhões de torcedores e não possuir 100 mil sócios adimplentes?
No próximo post apresentaremos novos dados e observações sobre o assunto.

5 comentários:

  1. Excelente matéria. O assunto é interessante e complexo, porque cada clube tem um perfil e um objetivo diferente. Por isso, os planos não são todos iguais. O Fluminense tem que decidir qual o seu objetivo para definir o que se adequa melhor para o seu plano.

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  2. Muito interessante o post, mas falta um dado muito relevante, não mencionado no post, e que faz com que a variação por performance, no caso do Coritiba a variação de 2 mil p/ 30 mil associados entre o pós rebaixamento e o momento atual, não ocorra.
    Este é o direito a voto. Em outro estudo realizado com os diversos planos de associação, ficou claro que programas como o do Inter, que tem direito a voto, tem uma inadimplência muito menor por conta de resultados em campo. Obviamente isso se dá pelo fato do direito a voto dar ao associado a possibilidade de mudar o quadro através do voto, o que não acontece com os demais planos, nos quais o único interesse são os descontos em ingressos, o que com um time ruim ou derrotado, sucumbem à baixa natural de público.

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    1. A questão do direito a voto nos planos Sócio Torcedor será objeto do próximo Post sobre o assunto. Há, realmente, várias questões que devem ser consideradas. Como o assunto é extenso, os diversos pontos estão sendo abordados em partes.

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  3. ACHO EU QUE ENTRE R$30,00 E R$ 40,00 ESTARIA BOM.ST FLUI

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  4. parabéns para a Tricolor de coração pela matéria aonde vimos que grandes clubes do brasil estão acreditando no potencial de sua torcida e criando vários tipos de planos associativos para poderem ter mais uma receita para o clube.
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    Acredito que o Fluminense também deva ter o seu plano, mas o que não pode é que esse plano seja aprovado de qualquer maneira.
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    como foi dito na matéria, cada clube visa criar o seu plano de acordo com os seus objetivos e necessidades e o assunto é muito complexo para ser aprovado a toque de caixa, pois existem vários por menores que tem que ser muito bem analisados como por exemplo o tempo de carência para esse tipo de associado para ele votar e o que ele pode ou não fazer dentro do clube.
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    um ponto que acho incoerente no plano sócio-futebol que a flu-sócio quer para o fluminense por exemplo é que este associado fique limitado de frequentar determinadas áreas do clube , como piscina, quadra de tênis, ginásio e etc., mas como pode então esse associado ter direito a voto se ele não conhece o clube como um todo.....???
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    são essas e outras questões que todos os conselheiros e corretes políticas do clube terão que discutir para criarmos um plano de associação perfeito para o nosso Fluminense que é futebol e clube também .
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    Outro ponto importante é que o fluminense não tem estádio próprio e isso influência na quantidade de novos associados dessa categoria , pois bem , o Maracanã daqui a 1 ano estará pronto e por que não esperar até lá para apresentarmos um plano de associação já bem estruturado e aproveitar essa saudade que o torcedor tricolor tem do Maracanã para lançar o plano através de um marketing bem feito para atrair o máximo de torcedores que for possível.
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    atenciosamente,
    paulo júnior

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