quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Plano Sócio Futebol II, votar e ser votado

Há cerca de um mês, publicamos o primeiro post sobre o levantamento que a Tricolor de Coração realizou sobre os planos Sócio Futebol dos principais clubes do Brasil. Nesta primeira parte, foram abordados os valores e a questão da inclusão do ingresso na mensalidade, do desconto ou preferência para a compra. Este é o primeiro ponto que vem à mente ao se discutir sobre o assunto e que originou a criação destes planos: estabelecer uma forma de garantir antecipadamente um número de pagantes para os jogos em que o clube é mandante e, em retribuição, oferecer aos seus torcedores e associados, vantagens para a aquisição do ingresso.

Em grandes clubes europeus, os programas sócio-futebol são amplamente utilizados e nos clubes mais bem sucedidos, a demanda supera a oferta. Esta situação gera uma lista de espera e, caso um cliente (afinal, trata-se de um serviço, então, o usuário é um cliente), não confirme sua preferência de compra, há muitos aguardando ansiosamente pela oportunidade.

Não se trata apenas da compra do ingresso para um determinado jogo, mas é necessário adquirir um carnê para TODOS os jogos em que o clube é mandante. Trata-se, assim, de um investimento considerável que, ao mesmo tempo, permite que o clube garanta sua renda de bilheteria antecipadamente para o ano todo. A exceção é, logicamente, com relação às Copas, já que não há certeza da fase a que o clube chegará.

Porém, na formulação do Plano Futebol do Fluminense, um fator tem sido considerado como determinante: Garantir o direito do associado votar para eleger o Presidente do Clube. Assim, além do direito de assistir aos jogos do time, o torcedor poderá tomar parte da escolha do dirigente principal do clube. Ao mesmo tempo em que esta possibilidade democratiza o processo, atraindo a participação da torcida, poderá evitar um esvaziamento do cadastro de sócios-futebol numa temporada em que o time não fizer uma boa campanha.

A redução da rotatividade ou da variação do número de participantes do plano Sócio Futebol se chama FIDELIZAÇÃO e, certamente, deve ser uma preocupação e uma meta a ser perseguida pelos responsáveis de qualquer programa bem estruturado. Afinal, só com uma garantia de faturamento antecipada é que se pode planejar financeiramente a temporada sem sobressaltos e incertezas. Uma má campanha tem um efeito terrível no público dos jogos e, conseqüentemente a redução na renda pode ampliar o problema, refletindo na necessidade de venda ou dispensa de jogadores ou incapacidade em contratar reforços.

Voltemos, então, à questão do direito de voto. Além da possibilidade de participar como eleitor, há também a questão do direito de ser votado, ou seja, eleger-se Conselheiro. Os clubes, na realidade brasileira, são compostos de um conselho diretor, constituído pelo Presidente, Vice-Presidente e, de acordo com seus estatutos, os diversos Vice-Presidentes e/ou Diretores, por um Conselho Deliberativo e por um Conselho Fiscal, normalmente escolhido entre os membros do Conselho Deliberativo.

Nas eleições, na maioria dos clubes brasileiros, as chapas concorrentes são formadas pelo candidato a Presidente, a Vice-Presidente e por uma lista de Conselheiros. Além destes, há os conselheiros permanentes, ou perpétuos, onde se incluem os Beneméritos.

Segue, abaixo, a tabela com a pesquisa realizada:



Na pesquisa realizada, quanto ao direito de votar e ser votado, indentificamos a seguinte situação:

 -  Entre os 13 clubes pesquisados (além do Fluminense), 6 possuem planos com direito a voto, (Atlético-PR, Coritiba, Grêmio, Inter, Vasco e Santos).
- No caso de Internacional, Atlético-PR e Santos, os clubes só possuem uma forma de associação. Não há planos do tipo "Sócio Pleno" e "Sócio Futebol", assim, evidentemente, todos os sócios têm direito a voto.
- Ainda com relação a Atlético-PR e Santos, estes clubes não têm sede social de lazer. Só possuem o departamento de futebol, o que explica a razão de só possuírem um tipo de associação. Já no caso do Internacional, caso o sócio deseje utilizar outras atividades, paga valores adicionais em sua mensalidade.
- Além dos três clubes citados acima, Grêmio, Coritiba e Vasco têm planos com direito a voto.
-  Inter, Santos e Vasco exigem dos sócios uma carência de 12 meses para ter direito a voto.
-  Coritiba e Grêmio exigem dos sócios uma carência de 24 meses para ter direito a voto.
-  Atlético PR exige dos sócios uma carência de 36 meses para ter direito a voto.
-  Entre os demais clubes, que não incluem direito de voto ao sócio torcedor, o Corinthians chega a exigir de seus sócios uma carência de 5 anos para ter direito a voto.
- De forma geral, estes planos exigem que, para ter direito a votar, haja um período mínimo de regularidade no pagamento das mensalidades, para evitar a inadimplência. Esta é, na verdade, a principal ferramenta para alcançar o objetivo principal de inibir a rotatividade e garantir a fidelização dos sócios.

O outro ponto a ser considerado é quanto ao direito do sócio-futebol ser votado, ou seja, participar do Conselho Deliberativo. Da mesma forma que no direito a votar, apenas alguns dos clubes brasileiros prevêem este direito ao sócio futebol, devendo ser ressaltado, novamente, que Atlético-PR, Internacional e Santos têm a particularidade já informada de só possuírem um tipo de associação.
Quanto ao prazo de carência para poder ser votado, o levantamento realizado apontou a seguinte situação
 -  O Internacional exige 1 ano de associação para que o sócio possa ser votado.
-   Atlético PR e o Coritiba exigem 4 anos de associação para que o sócio possa ser votado
-    Grêmio e Santos exigem 5 anos de associação para que o sócio possa ser votado.
-    Entre os demais clubes, que não incluem direito de ser votado ao sócio torcedor, o prazo para os sócios com direito a voto varia entre 2 e 5 anos para concorrer ao Conselho Deliberativo.


2 comentários:


  1. Excelente e oportuno artigo(s), neste que na minha opnião, é o momento mais importante da história do FFC, pois indicará o clube como potência internacional ou o apequenará.

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  2. O grande medo em voter e ser votado consiste em uma eventual chance de manipulacao financeira da eleicao. Outro temor
    seria a perpetuacao da flusocio no poder. Para quem quer manter se no poder, o aumento do number de electors cria uma
    variavel incontrolavel, pois alem de aumentar a necessidade de convencimento, traz o desconhecimento para o Novos electors
    da boa adm que o Peter vem fazendo.
    O unico cuidado que deve ser tomado e quanto a possibilidade de uma grande torcida organized eleger um dos seus Como
    presidente do club.

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